domingo, 28 de dezembro de 2008

Verdadeiros paraísos perdidos do litoral brasileiro

Ainda é possível passar as férias em praias lindas e sossegadas. Não é preciso se esfolar em trilhas ou pagar o dobro na estadia

EDIÇÃO: LUCIANA VICÁRIA

Existem praias paradisíacas que ficam ao final de trilhas longas e cansativas. Há também aquelas em que o trajeto é tão difícil que só é possível chegar em um veículo 4X4. E ainda pérolas enclausuradas em hotéis ou condomínios de luxo. Mas, para estar ali, paga-se muito. Felizmente, nem só aventureiros e endinheirados têm direito a um verão no paraíso. O viajante profissional Ricardo Freire, colunista de ÉPOCA, selecionou dez praias sossegadas, com acesso razoável e hospedagem que cabe no bolso. Freire, que já percorreu quatro vezes a costa brasileira, acaba de lançar o guia 100 Praias Que Valem a Viagem (Editora Globo, R$ 38).
Alex Uchôa
Praia do Toque (AL)A praia fica na rota ecológica, no norte de Alagoas. Tem passeios de jangada para piscinas naturais no mar e para o Rio Tatuamunha, santuário de peixes-bois. Como chegar: fica a 100 quilômetros de Maceió (siga a placa para Passo de Camaragibe). Onde ficar: Pousada do Caju (pousadadocaju.com) e Côté Sud (pousadacotesud.com.br).
Barra Grande (PI)A areia fofa e as águas calmas fazem da praia piauiense uma raridade na costa do Meio-Norte. É o banho de mar mais gostoso entre os Lençóis Maranhenses e a Praia de Jericoacoara.Como chegar: 53 quilômetros a leste de Parnaíba, por estrada bem asfaltada e sinalizada.Onde ficar: nas novíssimas pousadas pé-na-areia freqüentadas por praticantes de kitesurfe (prancha de surfe controlada por uma pipa), como a Ventos Nativos, onde há um bistrô francês (ventosnativos.com) e a BGK, que tem um belo bar de praia (barragrandekitecamp.com.br).
Galinhos (RN)É uma península de areia. Lá, o meio de transporte é a charrete. No canto direito, uma lagoa de águas mornas é invadida pelo mar quando a maré sobe. Pelo canal, barquinhos levam a manguezais, dunas e salinas.Como chegar: 160 km a oeste de Natal, pela BR-406. Deixe o carro em Pratagil e atravesse o canal de barco.Onde ficar: nos caprichados Chalés Oásis (oasisgalinhos.com) ou na recém-aberta Kite Surf Center (kitesurfgalinhos.com).
Icaraizinho de Amontada (CE)Fora da rota dos passeios de grupo, esta enseada tem mar azul-claro, sombra de coqueiros e, no canto esquerdo, dunas a perder de vista. O vilarejo se mantém autêntico, com poucas casas de veraneio.Como chegar: 210 quilômetros a oeste de Fortaleza (e 130 quilômetros a leste de Jericoacoara). Os últimos 25 quilômetros estão sendo asfaltados.Onde ficar: nos chalés de madeira da Água de Coco, com ventilação natural (pousadaaguadecoco.tur.br).
Pontal do Cupe (PE)A mais gostosa de Porto de Galinhas. Parece uma piscina natural que não seca demais na maré baixa e fica funda na maré cheia.Como chegar: siga as placas para o Hotel Pontal de Ocaporã. Estacione depois da cancela. Fica 3 quilômetros ao sul da badalada Muro Alto.Onde ficar: nos dois únicos hotéis deste trecho de praia: o Pontal de Ocaporã (ocapora.com.br) e a Pousada Tabapitanga (tabapitanga.com.br).
Embrulho (SC)Escondida no costão, à direita da praia principal de Bombinhas, tem águas mais claras e transparentes que a vizinha famosa. A faixa de areia é bem estreita, entremeada por pedras, que formam piscinas ótimas para mergulhar de snorkel. Como chegar: siga até o final da beira-mar de Bombinhas e procure os estacionamentos que vão aparecer à esquerda.Onde ficar: para ir a pé às prainhas, reserve a Solar das Tartarugas (solardastartarugas.com.br) ou a Caminho do Mar (pousadacaminhodomar.tur.br).
Praia do Saco (SE)É a mais bonita de Sergipe. Tem águas azuis – cortesia do Rio Real, que desemboca logo adiante – e vista para a Ilha da Sogra. Faça um passeio de barco até a estonteante Ponta do Saco e, na volta, experimente a moqueca da Josefina.Como chegar: saia de Aracaju pela orla sul e pegue a balsa do Rio Vaza-Barris; são 65 quilômetros.Onde ficar: tente uma das duas suítes da Manga Rosa, tel. (79) 3526-5063, na entrada do povoado.
Tabatinga (PB)Tem falésias, um riozinho que se torna uma lagoa e uma ótima barraca de praia: o Arte Bar – com boa comida, redes à sombra e um varal com literatura de cordel. Não deixe de fazer a caminhada até a Praia do Coqueirinho.Como chegar: pela Rota do Sol. Fica 24 quilômetros ao sul de João Pessoa. Onde ficar: na Pousada Aruanã (aruanapousada.com.br), que parece um pequeno resort, ou na rústica Pousada dos Mundos (pousadadosmundos.com.ar), à beira-rio.
Aracaipe (BA)Um paredão de casas na estrada esconde da vista dos turistas a praia mais tranqüila do Arraial d’Ajuda. A água é calma e azul-clara no verão. O bar do Sting é point de velejadores.Como chegar: fica no caminho da balsa para Porto Seguro. Entre pelos bares ou pela viela à altura do número 1.619.Onde ficar: pé-na-areia, na agradável Verde Água (verdeaguapraia.com.br), ou, na estrada, na bem estruturada Estação Santa Fé (reservas pela CVC).
Santo André (BA)A balsa do Rio João de Tiba deixa para trás a micareta permanente de Porto Seguro e entra em território de paz. Santo André é um oásis na Costa do Descobrimento: mesmo no Réveillon – e até no Carnaval –, está longe do excesso de lotação.Como chegar: pegue a balsa em Santa Cruz Cabrália, 30 quilômetros ao norte de Porto Seguro.Onde ficar: na Victor Hugo, no melhor ponto da praia (portonet.com.br/victorhugo), ou no novo chalé minimalista-tropical da Casapraia (casapraia.com).



Fonte: REVISTA ÉPOCA

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Uma longa viagem sobre trilhos no Expresso do Oriente


Natália Zonta (A Gazeta)


Istambul ainda era Constantinopla e Agatha Christie (1890-1976) nem havia nascido. Há 125 anos, em 4 de outubro de 1883, partiam da estação Gare de l’Est, em Paris, os vagões do Expresso do Oriente. Pela primeira vez, turistas corajosos – e muito ricos – cruzavam a Europa rumo à porta de entrada da Ásia. Era o começo da história do lendário trem que inspirou tantos escritores. 

O detetive Hercule Poirot não teria como estar na viagem inaugural do Venice Simplon, outro nome pelo qual o trem era conhecido. Mas se fizesse parte da lista dos passageiros, o personagem mais excêntrico da rainha do crime fatalmente reclamaria do trajeto. A princípio, o percurso não era todo feito sobre trilhos. Como seria possível investigar um assassinato com tanto entra-e-sai dos vagões?

Vagões 
Na época, a composição partia de Paris e seguia para Estrasburgo, Munique, Viena, Budapeste e Bucareste. Em Girgiu, na Romênia, os passageiros pegavam um barco e navegavam pelo Danúbio até Ruse, na Bulgária, onde havia um novo trem para Varna. De lá, finalmente, um ferry seguia para Istambul. 

Com o tempo, a jornada pela Europa tornou-se menos tumultuada. Mas o número de pomposos vagões permaneceu sempre o mesmo, 17, para 148 passageiros. Espaço de sobra para inspirar Agatha Christie a escrever o best-seller "Assassinato no Expresso do Oriente" (1934).

A autora conheceu o trem em sua fase áurea. Os vagões já chegavam à Estação Sirkeci, em Istambul, por um trajeto feito só sobre trilhos e eram sinônimo de luxo – até a realeza fazia questão de conhecê-los. Ninguém poderia imaginar que, em 1977, guerras e crises políticas obrigariam o Expresso do Oriente a parar.

O Venice Simplon só saiu do limbo em 1982, graças ao magnata da hotelaria James B. Sherwood. Anos antes, ele comprou o trem e investiu 11 milhões de libras na restauração. Desde então, os vagões percorrem o lendário roteiro Paris-Istambul uma vez por ano, sempre em agosto.

O público-alvo do Expresso do Oriente continua o mesmo: gente disposta a pagar uma pequena fortuna por uma viagem memorável. O pacote de seis noites custa US$ 9 mil e o valor inclui refeições (sem bebidas alcoólicas) e passeios em todas as paradas. A fila de espera para conseguir uma vaga é grande. Segundo a empresa Orient Express Hotel, recomenda-se comprar o pacote com até um ano e meio de antecedência.

"Os brasileiros ainda não procuram muito esse trajeto porque acham difícil se adaptar ao esquema da viagem", diz Tiago Pablo Schmidt, consultor de reservas da empresa. O motivo, segundo ele, é o hábito nacional de tomar dois banhos ao dia. Poucos sabem, mas não há chuveiro no Expresso do Oriente, somente lavabos. "O trem é tombado por um instituto de preservação que não autoriza nenhuma modificação na estrutura dos vagões", explica.

Para evitar odores e desconforto, a cada 24 horas o trem pára, os passageiros descem e se hospedam num hotel – as diárias estão incluídas no pacote. Além da merecida ducha, há opções de passeios. 

A viagem tem outras peculiaridades, como a exigência de traje formal. Tênis e camiseta são vetados nas dependências do trem. O percurso também foi alterado e agora só passa por Budapeste, Bucareste e Sinai.

No restante do ano, a composição não fica parada. Todos os meses o trem faz o percurso de uma noite entre Paris e Veneza, a US$ 2.600. 

Vá lá 
Orient-Express Hotels
Trains Cruises:0800-774- 8448 

domingo, 16 de novembro de 2008

Ah! E o Velho Chico segue o seu percurso... Penedo

Pôr-do-sol em Penedo - AL

 (A Gazeta)

Adriana Moreira 
O sertanejo não trata o Rio São Francisco como um simples acidente geográfico. O mais famoso curso dágua do Nordeste é um integrante da família, um amigo próximo. Essa intimidade, porém, não impediu que o Velho Chico sofresse as conseqüências da ação humana: o leito assoreado prejudicou a navegabilidade, tão importante em outros tempos. 

Entre os grandes barcos que circulam por ali, o Benjamin Guimarães é o mais carismático. Sua história de prestígio e abandono se confunde com a do próprio rio. O Gaiola, como ficou conhecido, chegou ao país na década de 1920, vindo diretamente do Rio Mississippi, nos Estados Unidos.

Seresta 
Quando foi aposentado, por volta de 1980, estava decadente. Mas esse período difícil teve fim após a restauração, que deixou o barco em condições de voltar ao rio em 2004. No ano passado, o Benjamim começou a realizar viagens de cinco noites no Velho Chico. O percurso revela experiências valiosas, como a seresta, a Dança de São Gonçalo ou um simples bate-papo com os moradores. 

Apenas 28 pessoas podem fazer o trajeto nas cabines duplas. O barco ainda funciona com o maquinário original, sem motor, alimentado por uma fornalha. A diferença é que, hoje, a madeira utilizada vem de áreas de reflorestamento. As mudanças no leito do rio forçaram uma alteração no itinerário do antigo vapor. O trajeto, que já seguiu até Juazeiro (BA), hoje percorre 169 quilômetros entre Pirapora e São Romão (MG). Um trecho minúsculo, comparado aos 2.700 quilômetros de extensão do rio.

Quem vai até a nascente, na Serra da Canastra, tem uma surpresa. Não há uma fonte d’água, como se poderia imaginar. O São Francisco brota da terra, formando uma poça enlameada. Se não fosse uma placa, ninguém notaria a nascente.

A histórica Penedo 
Cenário bem diferente do encontrado na região da foz. Em Canindé do São Francisco, na divisa entre Sergipe, Alagoas e Bahia, os passeios de lancha e catamarã pelo cânion formado há 65 milhões de anos fazem sucesso. Ainda mais perto do mar está a alagoana Penedo. Há registros que a pequena vila foi ocupada por franceses já em 1534. Hoje, o que se vê no local é um belo conjunto arquitetônico, datado dos séculos XVII e XIX, que lhe rendeu o apelido de "Ouro Preto Nordestina". Boa parte das construções históricas está em recuperação. Um transtorno momentâneo que deixará ainda mais bonitas as ruas da cidade e vai custar R$ 11 milhões - a maior parte proveniente do Projeto Monumenta, parceria do Ministério da Cultura, do BID e da Unesco.

sábado, 27 de setembro de 2008

Óbidos: Belas paisagens e charme real





Divulgação Protegida por uma muralha, a cidade medieval não permite a entrada de carros. Os passeios são à pé, com direito a almoços dignos da realeza


Ela nasceu pelas mãos dos celtas. Posteriormente, foi conquistada pelos romanos, visigodos e mouros. Mas o que deixa os visitantes encantados por Óbidos, em Portugal, é o fato de saber que a cidade medieval era oferecida pelos reis como prenda de casamento para as rainhas (quem não gostaria de receber um dote como esse?).

E só estando lá para entender porque as rainhas se apaixonavam pela vila. Afinal, subir por suas ruas estreitas de pedras até o castelo ? hoje uma pousada ?, passando por charmosas lojinhas (uma tentação!), e apreciar a bela paisagem, de mar e lagoa, é maravilhoso. Protegida por uma muralha, na qual o visitante pode caminhar, a cidade não permite a entrada de carros. Por isso, vá com sapatos bem confortáveis (salto alto, nem pensar!).

Em cerca de duas horas se conhece Óbidos toda. Uma boa dica é fazer a visita guiada, é só procurar o Posto de Turismo. O roteiro inclui a Porta da Vila, a Igreja de São Pedro, a Igreja da Misericórdia, a Praça de Santa Maria, a Igreja de Santa Maria, a Rua Direita, o castelo, entre outros lindos lugares. Aliás, quem quiser pode até fazer o mesmo circuito de charrete.

No caminho, faça uma parada para degustar a famosa "Ginginha de Óbidos" ? um licor vermelho escuro à base de frutas, a receita conventual é do século XVII. Peça na tacinha de chocolate. É uma delícia! 

Na bagagem, traga os bordados feitos em tear manual. Conta-se, que os motivos são inspirados no teto da Igreja de Santa Maria. Para passar os desenhos para o papel, as bordadeiras colocavam um espelho no chão, que os refletia, o que facilitava o trabalho. 

Para terminar, um saboroso almoço no restaurante da Pousada do Castelo, eleita uma das Sete Maravilhas de Portugal. A sugestão é o Peito de Pato Real com Mel de Tília e Laranja com Molho de Figos Secos e Sultanas. O vinho adequado? Hummmm!!!  Só perguntando para o colunista André Andrès.

Serviço
Como chegar: Óbidos fica a 80 quilômetros ao norte de Lisboa. De carro, é só seguir com destino a Leiria, pela A8. Deixe a rodovia na saída 15. São cerca de 50 minutos de viagem. De ônibus, a passagem custa 7 euros. Quem quiser pode ir de comboio (trem), mas a estação fica um pouco longe do centro da vila. 

Passeio pela história
308 a.C. ? Fundação da vila pelos celtas
Século I ? Romanos
Século V-VI ? Visigodos
Século VIII ? Mouros
1148 ? D. Afonso Henriques toma Óbidos dos mouros (feriado nacional)
1282 ? D. Dinis e a rainha Santa Isabel passam núpcias na cidade. Como doação da vila, como presente de casamento, esta passa a fazer parte integrante de dote de todas as rainhas portuguesas até 1834
1808 ? De Óbidos são disparadas as primeiras salvas de tiros que dão início à Batalha da Roliça, durante as invasões francesas, onde Napoleão sofre a sua primeira derrota da Guerra Peninsular
1950 ? As muralhas são restauradas

Fonte: (Rachel Martins - A Gazeta)


Vídeo: Revista.AG - Vale a Pena Ir - Óbidos, em Portugal

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Monte Roraima: o topo do Brasil


Vista do Monte Roraima compensa frio e seis dias de caminhada

Formação geológica de 2.875 metros é uma das mais antigas da Terra.
Apesar de longo, caminho é plano; subida não exige equipamento especial.

Fausto CarneiroDo G1, em Pacaraima

Andar pelo menos seis dias, dormir em barracas sob temperaturas de até cinco graus, encarar uma “ladeira” de 2.800 metros de altura e ainda pagar para fazer isso. Para quem já foi ao Monte Roraima, na divisa entre o Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa, o sacrifício vale a pena.  

 

Foto: Ari Silva/Arquivo pessoal

na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana Inglesa, com o Monte Roraima à direita; abaixo, Monte Kukenan (esquerda) e encosta do Roraima (Fotos: Ari Silva/Arquivo pessoal)

 


O monte faz parte de um conjunto de montanhas chamadas tepuis, formações em forma de mesa que parecem levantar do solo. Essas montanhas estão entre as mais antigas formações geológicas do planeta. Estima-se que tenham até dois bilhões de anos –para efeito de comparação, a separação dos continentes teve início há cerca de 200 milhões de anos.

 


Mais do que preparo físico, chegar ao Monte Roraima exige uma boa dose de determinação. O caminho até o monte é plano e a subida é relativamente fácil, já que não necessita de equipamento especial. Uma expedição ao local, porém, só deve ser realizada com guias que conheçam a área ou empresas que organizam grupos para a subida. 




 

 

 Segundo o arqueólogo Ari Silva, que trabalhou no plano de manejo do Parque Nacional do Monte Roraima na década de 1990, o tempo ideal para uma expedição deve ser dez dias. “Nas expedições de seis dias, a gente anda três para ir, sobe, desce correndo. A gente fica quebrado”, disse. 


Com dez dias, é possível andar pelo platô, que tem 90 quilômetros de extensão, e apreciar vista, flora e fauna do local, diz. No monte há várias espécies únicas de bromélias e orquídeas, pássaros e alguns mamíferos. Para quem não se importa com o frio, há muitas cachoeiras pelo caminho e até um lago, visitado por periquitos australianos no verão, segundo Silva.

 

Roteiro

Apesar de também estar no Brasil, o acesso ao Monte Roraima é feito pelo lado venezuelano. Para iniciar a expedição, é preciso pagar uma série de taxas, para recolhimento de lixo e ao Inpaq, espécie de Ibama da Venezuela, responsável pela administração dos parques do país vizinho. 

Nas expedições que organiza, Silva estabelece como ponto de parada no primeiro dia o Rio Paratepui. No segundo dia, a parada é no Rio Kukenã, nome do tepui vizinho do Monte Roraima. No terceiro dia, já no acampamento-base, tem início a subida. 

 

 

Para quem não tem pressa em chegar ao topo, uma boa dica é dormir durante a subida nos “hotéis” do caminho –grutas em que cabem até 25 barracas. Essa é uma forma de apreciar as formações de pedra do Monte Roraima. Entre as formações mais famosas estão as rochas que lembram figuras de animais e até de pessoas. 


                 Pedra do caracol no topo do monte; formações que                     lembram animais são comuns no local (Foto: Ari                     Silva/Arquivo pessoal)
Pedra do caracol no topo do monte; formações que lembram animais são comuns no local (Foto: Ari Silva/Arquivo 
Para a produtora rural Magali Kolmer, que subiu o monte no começo do ano, o lugar é um dos mais bonitos em que já esteve. “A vista é linda, mas faz um frio!”, disse. Ela esteve no Roraima em uma expedição de seis dias organizada por uma empresa venezuelana. “Foi maravilhoso.” 


domingo, 17 de agosto de 2008

Ponta do Seixas: onde o sol nasce primeiro

Foto: Vinícius M. B. Rodrigues

Onde o Sol nasce primeiro


Da Ponta do Seixas ao Rio Goiana se estende um pedaço de Nordeste cheio de belezas naturais, mas ainda pouco explorado pelos turistas. São 43 quilômetros de praias de areias brancas e águas quentes, falésias, arrecifes, piscinas naturais e muito verde. Com visual tão incrível, é surpreendente que o litoral sul da Paraíba ainda não seja um roteiro tão popular quanto os vizinhos.

O Estado tem as vantagens e as desvantagens de um destino turístico pouco desenvolvido. O preço é atraente e a diferença entre baixa e alta temporada fica bem menor que em locais mais famosos do Nordeste.

É possível encontrar praias quase desertas e passear sem ser importunado por vendedores de bugigangas e guias clandestinos. O clima é de cidade pequena, sem complexos hoteleiros ou resorts. Basta a natureza exuberante.

As praias do sul são o filé mignon dos 133 quilômetros da costa paraibana. Começam no ponto mais oriental das Américas, a Ponta do Seixas, “onde o sol nasce primeiro”, na sabedoria dos paraibanos. A importância disso para o visitante é que ele deve acordar bem cedo: o dia clareia pouco depois das 5 horas. Por outro lado, anoitece antes das 18 horas.

O acesso ao litoral sul é feito pela Rodovia PB-008, bem conservada e sinalizada. Apesar disso, chegar a algumas praias pode ser complicado. Uma opção é ir de bugue e com um guia.


Depois de sair de João Pessoa, pare no Mirante do Cabo Branco para ter uma visão panorâmica da Ponta do Seixas e do oceano. Depois, siga para a Praia Barra do Gramame. Incrustada numa reserva ecológica, fica a 800 metros da estrada. Para chegar, é preciso cruzar um sinuoso caminho de terra.

De um lado, a foz do Rio Gramame forma uma piscina natural, separada do mar por um banco de areia. Do outro, coqueiros e um paredão de falésias vermelhas. A praia tem somente uma vila de pescadores e algumas barracas. Uma delas pertence a José Santana de Souza, o Zezinho, de 40 anos. Ele se tornou famoso no local por domesticar caranguejos.

Se não ficar com pena depois de brincar com Robocop e Zé, seus dois guaiamuns de estimação, peça um caranguejo com leite de coco ou uma porção de camarão frito, acompanhado, claro, de uma cerveja bem-gelada. Dá vontade de ficar por lá mesmo.

Números

R$ 50,00 por pessoa

É quanto custa, em média, o passeio de um dia por todas as praias do Litoral Sul

Piscinas naturais, falésias e corais

Praia mais desenvolvida da região, Carapibus concentra a maioria das pousadas, bares e restaurantes. Nem por isso a natureza deixa a desejar. As águas são tranqüilas e cercadas por pequenas falésias e muitos coqueiros.

Em Tabatinga, é preciso descer uma escada feita no barro para chegar à areia. O mar é calmo ou agitado, de acordo com o local. E a costa muda de forma, seguindo os desígnios dos arrecifes e das piscinas naturais.

Anchova

Mais movimentada das praias do sul paraibano, Coqueirinho também é procurada pelas águas claras e cheias de corais, e pelo visual das falésias, que chegam a ter 40 metros de altura. O nome não foi dado à toa e a árvore está presente em toda a sua extensão. A areia é branca e fofa, e a água, quentinha.

Os preços, não tão baixos quanto os de Barra do Gramame, não deixam de ser atraentes. Um prato de anchova frita, para duas pessoas, custa R$ 25, com acompanhamento.

A melhor forma de conferir o visual das Praias de Coqueirinho e Tabatinga é subir no Mirante Dedo de Deus, no meio das duas faixas de areia, com fácil acesso pela estrada.

A visão mais bela, no entanto, está a poucos quilômetros dali. Num caminho de terra, escondido entre as falésias, fica o Mirante da Princesinha. O mar é emoldurado por um cânion de paredes de argila colorida, pela mata verde e o céu azul.

Serviço

Barraca do Zezinho
Servecaranguejo com leite de coco, por apenas R$ 2,00. A porção de camarão frito custa R$ 10,00. E a garrafa de cerveja, R$ 2,50.

Fonte: Jornal "A Gazeta" (repórter Felipe Grandin)

sábado, 16 de agosto de 2008

João Pessoa, a bela cidade de cinco nomes

Vídeo: João Pessoa - Paraiba




Cinco nomes para a mesma cidade

Felipe Grandin (Jornal A Gazeta)

João Pessoa é uma capital impregnada de história. A começar pelo nome. Foram cinco desde que os portugueses fundaram a cidade, em 1585. De Nossa Senhora das Neves a Parahyba do Norte, passando por Filipéia e Frederikstadt, a denominação mudou até virar a atual João Pessoa. No centro da capital, você ainda pode sentir o clima dessas transformações.

A cidade foi colonizada a partir de um rio – e não pelo mar – por causa dos arrecifes que dificultavam a aproximação das naus portuguesas. O Centro Velho fica a sete quilômetros das praias urbanas, perto do Rio Sanhauá, onde tudo começou.

Em uma visita guiada, 15 minutos são suficientes para ouvir uma versão condensada da história do lugar. O guia consegue encaixar nesse pequeno percurso 400 anos de mudanças, informações sobre trânsito, especulação imobiliária e até o movimento para que a cidade volte a se chamar Parayba.

Todo o centro histórico foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e há mais de dez anos a administração pública fala de projetos para revitalizar a região. A promessa oficial é que em 2010 tudo esteja concluído.

A principal atração é o complexo da Igreja e do Convento de Santo Antônio, mais conhecido como Igreja de São Francisco, por ter sido administrado durante muitos anos pelos frades franciscanos.

Na entrada do prédio, há um enorme cruzeiro de pedra calcária, seguido por um adro de 50 metros, que representa a Paixão de Cristo. No interior há pinturas e esculturas barrocas, azulejos portugueses e um belo altar com a imagem de Santo Antônio de Pádua feita de madeira folheada a ouro. A entrada custa R$ 4.

Ainda na cidade alta, vale conhecer a Igreja Nossa Senhora das Neves e a Casa da Pólvora, onde os portugueses guardavam explosivos para enfrentar os invasores holandeses. Dê uma parada no Hotel Globo, o primeiro da cidade, transformado em centro cultural. Da varanda o visitante tem uma bela vista para o Rio Sanhauá.

Origem

1585

Foi o ano da fundação da cidade



by C M Rech

Foto: Cidade de João Pessoa e praia do Cabo Branco vista de um mirante.
Crédito: by C M Rech

domingo, 10 de agosto de 2008

Pedra Azul - Domingos Martins/ES

domingo, 27 de julho de 2008

Nova Almeida. Ponto turístico e histórico







Nova Almeida. Ponto turístico e histórico



Um dos bairros mais conhecidos da Serra, Nova Almeida tem o turismo como vocação principal. A Igreja dos Reis Magos é o centro do bairro, por sua importância histórica e turística. Além disso, o balneário mantém a pesca como uma de suas características mais fortes.

Seu José Silveira, 87 anos, mais conhecido por "Zé da pipoca", foi morar em Nova Almeida em 1940. Ele lembra-se do tempo em que pescar era o único trabalho para os moradores.

"Quando vim para cá havia poucas residências, e a vida era, basicamente, ligada à pescaria. Para sobreviver, eu tinha de ir fazendo os trabalhos que iam aparecendo, pois nunca fui pescador", conta Silveira, que hoje fica com seu carrinho de pipoca perto da Igreja dos Reis Magos.

O morador Noedir Francisco da Silva, 63, nasceu e foi criado na comunidade. "A igreja era cercada de mato, e quase não existiam residências. Havia uma lagoa perto da igreja, onde tomávamos banho", relata.

Com jeito de cidade de interior, o bairro de Nova Almeida é um local tranqüilo para morar, onde prevalece o hábito da boa vizinhança. "É um orgulho morar aqui. Todo mundo se conhece, se cumprimenta", destaca Noedir.

Sobrevivência

"Quando vim para cá havia poucas residências, e a vida era a pescaria. Para sobreviver, eu fazia os trabalhos que iam aparecendo e assim consegui ir à frente. Hoje, tenho um carrinho de pipoca na frente da igreja e todos me conhecem"
José Silveira , seu "Zé da pipoca" Morador antigo

Lembrança

"A Igreja dos Reis Magos era cercada de mato, e quase não existiam residências. Existia uma lagoa perto da igreja, onde tomávamos banho. Na minha família, havia vários tios que viviam da pesca, assim como vários outros moradores"
Noerdir Francisco da Silva Morador antigo

Fonte: Marcella Andrade - redegazeta.com.br

sábado, 12 de julho de 2008

Grand Canyon: um dos cartões postais mais conhecidos dos Estados Unidos



Você já foi ao Grand Canyon? Não? Então vá!


Conhecida como um dos cartões postais mais conhecidos dos Estados Unidos, a região do Grand Canyon é considerada como uma das sete maravilhas naturais do mundo. O título se deve à depressão moldada na região pelo rio Colorado. Em um processo que durou milhões de anos, as águas do rio percorriam o leito, aprofundando-o. O resultado desse acidente geográfico são abismos de quase 2 mil metros de profundidade, ao longo de 500 km de extensão. Em alguns pontos do canyon, a distancia entre os paredões chega a 7 km.

Localizado no Arizona, estado ao sudeste do território norte-americano, a região já serviu de cenário para muitos filmes de Hollywood. Embora tenha sido colocado sob proteção federal (por tratar-se de uma reserva natural) em 1893, foi apenas em 1919 que foi criado o Parque Nacional do Grand Canyon. Passeios de helicóptero e de bote aproximam um pouco mais os visitantes dos desfiladeiros e da força da natureza.

Recentemente, as visitações diárias praticamente dobraram para 1600 turistas, devido à mais nova atração: uma passarela de vidro. Inaugurada em março deste ano e instalada no lado oeste do Grand Canyon, a 200 km de Las Vegas, a passarela em forma de ferradura avança 21 metros sobre o desfiladeiro. O piso de vidro proporciona uma vista espetacular, a mais de mil metros de altura, é o Skywalk, ou passeio pelo céu.

Para evitar danos ou estragos no piso, o turista tem que usar uma proteção para os sapatos. A estrutura suporta o peso de até 120 pessoas por vez, e cada uma paga um ingresso de US$ 25, o equivalente a R$ 50. Os que visitam, ficam maravilhados. "A aflição é andar sobre o vidro, existe uma sensação de que pode quebrar a qualquer momento, mas é muito bonito", diz uma brasileira.

Quem comemora o aumento de público são os índios da tribo local, que vivem em uma reserva dentro do Grand Canyon, em aproximadamente 2 mil pessoas. "Este projeto foi importante para nós, ajudou a diminuiu o emprego", conta esse índio, que trabalha como guia.

O sucesso do Skywalk é tanto que atrai pessoas de todo o globo. Esse casal veio da China para conhecer a passarela. No entanto, a sensação de queda relatada pela brasileira é tamanha para o rapaz, que ele se recusa a entrar, nem com os apelos da namorada. É só depois de muita conversa que ele é convencido por ela a seguir em frente, mas sem olhar para baixo.


Grand Canyon
Exibido em: 5/8/2007
Reportagem: Renata Afonso -Rede Record



Abrolhos: arquipélago pode dobrar de tamanho

Vídeo: Abrolhos no Globo Repórter


Arquipélago de Abrolhos pode dobrar de tamanho

da Folha Online

O arquipélago de Abrolhos, na costa da Bahia, pode ter até duas vezes mais recifes de coral do que se sabia até agora. A informação é de um estudo divulgado nesta terça-feira (8) pela ONG Conservação Internacional (CI), informa o blog Ciência em Dia, de Marcelo Leite

"A descoberta indica que, mesmo naquele que é o maior e mais rico banco de corais do Atlântico Sul, muitos habitats marinhos ainda são desconhecidos e se encontram desprotegidos", afirma Leite.

O novo mapeamento foi feito em profundidades entre 20 metros e 70 metros, com a ajuda de um sonar de varredura lateral, que traça um mapa tridimensional do relevo marinho --até o presente só havia relatos informais de pescadores sobre os novos bancos.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Recife, a Veneza brasileira

Vídeo: Recife - PE a Capital do Nordeste


Veneza brasileira

Dia infeliz aquele em que a História chamou Domingos Calabar de traidor. Na verdade, o pernambucano que colaborou com os holandeses na invasão de Recife, no século XVII, fez bem à cidade ao virar as costas para os portugueses, colonizadores menos dispostos a investir. Graças à Holanda, o recifense viu nascer pontes, hoje há cerca de 60 delas, e belíssimos casarios, ainda existentes.

Mais de 370 anos depois, Recife mantém sua história e recebe o turista com quitutes como o bolo de rolo, obras de arte em cerâmica, o maior carnaval de rua do mundo e praias de águas azuis. Enfim, um conjunto de atributos que deixam boquiabertos os visitantes.

Um passeio a pé por Recife é um bom começo. Nos hotéis da cidade, tapioca no café da manhã, que dá energia para a caminhada por bairros antigos. No trajeto em direção ao centro, encontros com alguns imortais. Explica-se: há esculturas de Clarice Lispector, na Praça Maciel Pinheiro, e do poeta João Cabral de Melo Neto, na Rua da Aurora. Nesse local, há ainda antigos sobrados e um museu de arte moderna. Você encontra, também, pelo caminho figuras de pedra, como Luiz Gonzaga e Manuel Bandeira.

Quem procura a orla, certamente passa por Boa Viagem. As placas de “cuidado com os tubarões” intimidam – há dezenas delas. Mas há trechos seguros e belíssimos, com piscinas de águas mornas protegidas por arrecifes.

Não é à toa que Recife é chamada de Veneza brasileira. Gôndolas passam sob as pontes. A bordo do Catamarã, navega-se pelo Rio Capibaribe, em meio às três ilhas que formam o centro de Recife, suas pontes, edificações e paisagens.

No passeio de 1 hora, o guia pontua curiosidades, como a origem da festa do Boi Voador – o colonizador holandês Maurício de Nassau prometeu fazer um boi voar em seu baile para arrecadar fundos para construir uma ponte. Aliás, para não dizer que não sentimos saudades dos portugueses, eles inventaram o pedágio rodoviário.

O trajeto do Catamarã resume a história da cidade, ao mostrar a praça do Marco Zero, onde sua fundação começou, e esculturas da família Brennand. O povo de Recife é, talvez, um de seus maiores patrimônios. De conversa fácil, o recifense tem orgulho de sua terra, que vive a tensão entre o progresso e a manutenção do antigo. O boom imobiliário chegou. Há duas torres, gigantes, de apartamentos de luxo com barcos na garagem.

Por outro lado, o problema de distribuição de renda é sério. Mas nada que comprometa a região, vizinha do sertão de onde saiu, anos atrás, uma retirante com oito filhos, e um deles se tornou presidente da República.

Cidade investe na capacitação turística

Recife já não é mais a mesma. O turismo anda se profissionalizando, um exemplo a ser seguido no país. Administração pública e hoteleiros estão produzindo um bairrismo pra lá de exportável e consistente. Paralelamente, prefeitura, empresários e governo tentam driblar um dos entraves que restam, o turismo sexual. A campanha “Exploração Sexual de Crianças? Desculpe-nos, não temos este serviço! Por favor, não insista!” é fruto de uma parceria entre a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH/PE), Recife Convention Visitors Bureau e o Centro Integrado de Apoio Familiar (CIAF), organização não-governamental e sem fins lucrativos. O objetivo é estimular a cultura de prevenção junto aos profissionais liberais que atuam nas praias, entre outras iniciativas. Selos e cartazes com o slogan da campanha serão colocados nos quartos dos hotéis.

A pé ou de barco

Trinta e seis recifenses foram treinados pela prefeitura e sindicatos para guiar turistas em passeios a pé pela cidade. São seis roteiros em caminhadas de quase 2 horas (haja fôlego!) cada uma. E você pode escolher o idioma: português, inglês e até Braille. Além disso, vai voltar para casa com um belo material, como cartões-postais, camisas, bonés e vídeos. O investimento para profissionalizar o turismo foi de R$ 5 milhões, só neste ano. Veja os roteiros e escolha o seu:

1. O Coração do Recife

Esse roteiro mostra as edificações representativas do poder Executivo, do Judiciário e das finanças. Nele também está o Convento Franciscano de Santo Antônio e sua magnífica Capela Dourada.

2. Marco Zero, onde o Recife começa

Contempla referências culturais remanescentes do século XVI ao XIX, exemplares da arquitetura civil, militar e religiosa. Seu marco inicial é o chamado Marco Zero.

3. Revolução e Fé

Pernambuco destacou-se no país como símbolo revolucionário contra a dominação portuguesa ao longo do século XIX. Três importantes rebeliões de cunho libertário e separatista tiveram como palco a então província: as revoluções de 1817, 1824 e 1848. Esse roteiro tem início na Praça da Independência e se prolonga pelas igrejas, exemplares da arte barroca no Brasil.

4. O Recife do século XIX

Ruas inteiras, edifícios e equipamentos públicos surgiram no Recife para atender às mudanças profundas que ocorreram durante o século XIX. A nova fisionomia da cidade passou a contar com edificações grandiosas ligadas aos transportes ferroviários, à justiça e à educação. O roteiro começa na Rua da Aurora, às margens do Rio Capibaribe, adornada por um antigo casario pontilhada por esculturas. No percurso, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães e o belo visual das pontes Princesa Isabel, Duarte Coelho, da Boa Vista e Velha.

5. Dos Holandeses aos Mascastes

Edificações militares, integrantes do sistema de fortificação implantado no século XVII pelos holandeses, podem ser vistas na cidade. Depois dos flamengos, o Recife evoluiu com base na economia inovadora dos mascastes portugueses. Retomada a religião católica, as igrejas e os seus pátios transformaram-se em lugar de destaque na vida social recifense. Ruas e travessas tortuosas, parte da Mauriciópolis fundada por Maurício de Nassau, passaram a reunir a maior parte do comércio varejista da cidade. As características do comércio mascatal – irregular, agitado e folclórico – constituem as referencias marcantes desse espaço do Recife.

6. Da Boa Vista à Santa Cruz

O Recife expandiu-se do núcleo mais antigo, próximo a área portuária, em direção ao continente a partir de meados do século XVIII. Este roteiro assinala equipamentos urbanos, logradouros públicos e exemplares da arquitetura civil e religiosa que deram vida e compõem a paisagem da cidade.

Recife de fora para dentro: a cidade vista pelo mar

Passeio de Catamarã: trajeto pelo rio Capibaripe, com visão das três ilhas que cercam Recife. O pôr-do-sol no retorno ao cais é belíssimo. Saídas diárias do Bar do Catamarã, no Cais das Cinco Pontas.
Reservas: (81) 3424-2845.


Neyla Tardin (em A Gazeta)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Colômbia, um maravilhoso país além dos conflitos

Colômbia além dos conflitos


Quando a Colômbia aparece no noticiário, quantos problemas... Mas quem se aventura a visitar o país descobre um outro lado de sua história, que passa bem longe da conflituosa política e da economia.

Basta um olhar mais atento do turista para ele perceber as lindas paisagens que colorem o país. Cenários que vão desde regiões montanhosas, passando pelas praias e florestas tropicais, até seu rico patrimônio histórico e cultural.
É esse potencial turístico que fez aumentar em 31% o número de brasileiros que visitaram o país em 2007. Por isso, a Colômbia quer apostar em seus novos destinos, como Santander, Triângulo do Café, Bahia Solano e Nuquí. Além, claro, dos já consagrados: Cartagena, San Andrés e Bogotá.

A Colômbia é o único país da América do Sul banhado pelos oceanos Atlântico e Pacífico. Além disso, possui uma diversidade de relevos, climas e culturas, que oferece roteiros de viagens para todos os gostos.

São opções que vão desde esportes radicais em Santander, na região dos Andes, passando pelo ecoturismo na Bahia Solano e Nuquí, e até por uma viagem pela gastronomia e pela história colombianas no Triângulo do Café, onde antigas fazendas foram transformadas em luxuosos hotéis. Confira nesta reportagem um pouco do que a país tem a oferecer.



Vídeo: Turismo na Colômbia


NUQUÍ E BAHIA SOLANO
Localizada no departamento (Estado) de Chocó, no litoral pacífico da Colômbia, a região possui praias paradisíacas, cascatas e rios cristalinos. Durante o ano, várias espécies migratórias de animais dão o "ar da graça", como as tartarugas marinhas e aves (de outubro a dezembro) e baleias jubarte (do começo de julho até o final de outubro), cuja chegada é festejada pelos turistas. Para os fãs de esportes de aventura, a região oferece opções como mergulho, surfe, vela, pesca esportiva e artesanal, além de expedições à selva. Os que desejam programas mais leves podem aproveitar e apreciar as apresentações de danças típicas ou comprar lembranças nas lojas de artesanato. Em Bahia Solano, quando é maré baixa, formam-se, perto das rochas, piscinas naturais que, aquecidas pelo sol, se transformam em jacuzzis. A variação da maré também revela uma impressionante praia de 150 metros de extensão.

SANTANDER

É a região perfeita para os amantes dos esportes de aventura e para quem gosta de ficar em contato direto com a natureza: tem bosques, cavernas, rios, cânions e montanhas. Trata-se de um dos 32 departamentos (Estados) da Colômbia e tem como capital a cidade de Bucaramanga, que fica na parte oriental da Cordilheira dos Andes. A diversidade de altitudes – que varia de 1 a 3 mil metros acima do nível do mar – é um traço marcante da região, que apresenta climas e paisagens contrastantes. A temperatura média no local varia de 7ºC a 29ºC. A cidade de San Gil – e seus arredores – é considerada ideal para aqueles que buscam um pouco de adrenalina, com destaque para a canoagem. A 10 quilômetros fica a famosa "Cueva del Indio" – para entrar, o visitante desliza no precipício preso a um cabo de 80 metros de comprimento. É inesquecível!

TRIÂNGULO DO CAFÉ

Inclui os departamentos (Estados) de Caldas, Quindío e Risaralda, onde se produz o melhor café suave do mundo. É possível acompanhar todas as etapas do processo de produção e usufruir de parques temáticos, campos de golfe e esportes de aventura. As tradicionais fazendas da região – com luxuosas suítes e vista para colinas cobertas por cafezais – e a hospitalidade dos camponeses encantam os turistas. As paisagens da região, que vão desde as altas temperaturas à beira do Rio Cauca até os picos nevados das montanhas andinas, consolidou o local como o primeiro destino rural da América Latina, com altitudes que variam de 900 a 2.150 metros acima do nível do mar. Em Manizales (capital do departamento de Caldas), o clima é predominantemente frio. Já Pereira (Risaralda) e Armenia (Quindío) apresentam clima mais ameno.

Um labirinto de ruas estreitas

A cidade é Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade e possui o maior conjunto de muralhas e fortes das Américas, construídos para protegê-la dos ataques de piratas. Assim é a histórica Cartagena de Índias.

A vila colonial chama a atenção com seu labirinto de ruas estreitas. Os moradores não cansam de lembrar os visitantes que a cidade também foi o principal porto de entrada e saída do continente durante a colônia espanhola.

Por isso, abriga monumentos arquitetônicos de projeção mundial – como o Castelo de São Felipe de Barajas, fortaleza de pedra considerada a mais importante obra de engenharia militar da região, que levou 121 anos para ser construída.

Sem ela, apesar de suas muralhas, Cartagena provavelmente não teria resistido aos ataques dos piratas ingleses, que chegaram a investir contra a cidade com quase 200 navios e 30 mil homens em 1702.

Nas ruas do Centro Velho, com seu centenário calçamento de pedra, pode-se visitar uma impressionante sucessão de muralhas, fortes, castelos, conventos, muitos deles museus, como o suntuoso Palácio da Inquisição, o claustro da Igreja San Pedro Claver e a Casa de la Aduana (Casa da Alfândega).

Um passeio a cavalo de coche (carruagem) leva ao Parque del Bolívar, as Igrejas San Pedro Claver e San Domingo e o Hotel Santa Clara. Neste hotel, assim como em outros quatro que funcionam em construções seculares, o conforto é garantido pela infra-estrutura, que reúne o antigo e o moderno.

No Santa Clara funcionou o convento descrito no romance "Do Amor e Outros Demônios", de Gabriel García Márquez. Além de uma casa, o escritor mantém na cidade a Fundación para um Novo Periodismo Iberoamericano, que promove cursos e seminários.


Passeio cultural em Bogotá

Impossível sair da Colômbia sem conhecer Bogotá, que tem origem na palavra indígena "Bacatá", nome da capital dos índios Muiscas, que significa "cercado fora da lavoura".

Fundada em 1538, por Jiménez de Quesada, a capital colombiana (conhecida como Santa Fé de Bogotá) é a quarta cidade mais populosa da América do Sul, ficando atrás, apenas, de São Paulo, Buenos Aires e Rio de Janeiro. Situada a 2,6 mil metros de altitude, a região é dividida em 20 localidades. Para os amantes da boa gastronomia, o destino são os bairros La Cabrera e Zona Rosa. Quem gosta de fazer compras deve seguir para as lojas e shoppings centers da região, como o Andino e o Atlantis Plaza.

Mas se você é boêmio e adora uma boa balada, o destino é o Macarena, reduto de atores. Para quem prefere um roteiro cultural, a dica é o Bairro da Candelária, com prédios que alternam os estilos colonial e republicano. No local, ficam museus como o Donación Botero, dentro da Casa da Moeda, sete teatros (entre eles o Colón, de 1885, considerado monumento nacional), 15 bibliotecas (com destaque para a Luis Angel Arango), o Parque Palomar del Príncipe, o Palácio do Governo e a igreja jesuítica de Santo Inácio.

Na Plaza de Bolívar, centro histórico e político da cidade, pode-se visitar prédios como La Catedral, a Capilla del Sagrario, o Palácio dos Cardiais, o Palacio Lievano (atual escritório da prefeitura), o Congresso Nacional (construção grega de 1847), além do novo Palácio da Justiça, construído em pedra.

Fundado em 1823, o Museo Nacional de Colômbia é o mais antigo do país. As coleções são divididas em arqueologia, etnografia, história e arte. Nele, pode-se conferir obras originais de Fernando Botero. Já o Museo Del Oro, de 1939, possui peças da época pré-colombiana (500 a.C.) até a conquista espanhola (século XVI). Atualmente abriga 34 mil objetos feitos em ouro, 13 mil feitos em cerâmica e 8 mil em pedra, tecidos, ossos e outros materiais.


Casamento embaixo dágua

Imagine uma cerimônia de casamento em uma praia de areias brancas, ondas tranqüilas e com vista para um mar cristalino. Ou, melhor, a bordo de um romântico barco, em meio a corais. Quer inovar ainda mais na cerimônia? Então celebre sua união durante um mergulho no Mar do Caribe, onde os únicos convidados serão os peixes.

Para quem pensa que essas cenas estão muito distantes da realidade, vale a pena conhecer a ilha de San Andrés, na Colômbia, que reúne todas essas possibilidades. Anualmente, muitas casais escolhem as praias do país para oficializar sua união ou para passar a lua-de-mel.

Para os brasileiros, a proximidade com o vizinho latino-americano é uma grande vantagem. Afinal, para chegar na Colômbia são poucas horas de viagem e – o melhor – os preços são acessíveis.

Para quem quiser saber mais sobre as opções de casamento e lua-de-mel em San Andrés, basta acessar o site da Saiweddings, agência especializada em bodas – dentro e fora d´água – na ilha colombiana.

Uma bela vista panorâmica
Monteserrate, símbolo de Bogotá
Para subir ao Monteserrate, símbolo de Bogotá, que fica a 3,1 mil metros acima do nível do mar, há três opções: teleférico, funicular (espécie de trem especialmente projetado para a subida de montanhas) ou a pé (a caminhada leva de 40 minutos a uma hora). No topo da montanha, pode-se visitar a igreja mais importante da cidade, de 1650, local de peregrinação e pagamento de promessas e de onde se tem uma bela vista de Bogotá. Ao lado, estão alguns restaurantes da cidade – como o Santa Clara, de cozinha tradicional colombiana – e diversas lojas de artesanato.

Ao som do calypso

Paraíso natural, a ilha de San Andrés constitui um cenário ideal para a prática de pesca submarina, esqui aquático, jet-ski, natação e windsurf. Também é um lugar perfeito para o mergulho, durante o qual se pode apreciar a fauna e a flora marinhas. Bancos de areia branquíssima e grandes formações de corais são rodeados por uma barreira de recifes e um mar de sete cores. Nas praias, sol o ano inteiro. Em terra firme, os turistas podem envolver-se com as melodias do calypso, os pratos típicos colombianos e a alegria contagiante dos nativos.
Fonte: A Gazeta