quinta-feira, 15 de setembro de 2011

No interior da Dinamarca, uma terra de conto de fadas


No interior da Dinamarca, uma terra de conto de fadas

Criança observa a estátua de Hans Christian Andersen na Legoland, em Billund, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
ODENSE, DINAMARCA - Num reino muito distante, crianças passeiam como gigantes por uma cidade em miniatura, onde palácios e até animais são feitos de blocos coloridos; "homens do passado" encenam guerras e danças observados por "homens do futuro", e uma ilha ainda festeja, em placas e praças, o nome de seu filho mais ilustre, um menino desengonçado, filho de um humilde sapateiro, que venceu a pobreza e a feiúra para conquistar a simpatia do rei e se tornar o mais famoso entre seus compatriotas. No interior da Dinamarca, de onde Hans Christian Andersen tirou a inspiração para tantas histórias infantis, como "A pequena sereia" e "O patinho feio", cenários dignos de contos de fadas convidam o turista a deixar um pouco de lado a cosmopolita Copenhague. E virar criança na Legoland. E voltar ao passado em Odense, onde nasceu Andersen, e Ribe, a mais antiga cidade dinamarquesa.

De trono de Odin a berço de Andersen
Parte do casario antigo na rua onde Hans Christian Andersen passou a infância em Odense, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
Diariamente, multidões disputam o espaço em frente à estátua da Pequena Sereia, em Copenhague. Não há momento em que o monumento, num dos pontos mais agradáveis da capital dinamarquesa, não esteja cercado por turistas entusiasmados e suas câmeras indóceis. O que muita gente não sabe é que, a aproximadamente 160 quilômetros a leste, outra estátua reproduz a sereiazinha Ariel. A diferença é que esta segunda está em Odense, terra natal do autor do conto, Hans Christian Andersen.

Apesar de seus poucos mais de 160 mil habitantes, Odense não é propriamente uma cidade pequena. Terceira maior do país e a principal da Ilha de Funen (Fyn, em dinamarquês), é um importante centro universitário (de vez em quando pesquisas produzidas em suas universidades ganham as páginas dos jornais), sede de grandes empresas da indústria naval e uma das cidades mais antigas do país, povoada há mais de mil anos. O nome Odense vem de "trono de Odin", principal deus da mitologia nórdica, e, durante a era viking, foi uma espécie de área sagrada. Dinamarqueses notáveis nasceram ali, como o compositor clássico Carl Nielsen e a tenista Caroline Wozniacki. Mas nenhuma referência é mais eficaz que "terra natal de Hans Christian Andersen".
Além de filho mais famoso da cidade, o escritor de contos infantis é provavelmente o dinamarquês mais conhecido no mundo e motivo de orgulho para praticamente todos os súditos da Rainha Margrethe II. Seu nome está em placas, ruas e praças. Mas é um sol estilizado, criado por ele próprio quando fazia modelos de papel para encenar suas histórias, que indica os pontos ligados ao autor. O sol de Andersen está espalhado por toda Odense, seja no alto de um poste, numa placa ou até mesmo pintado no chão, como o que sinaliza o local à beira do Rio Odense, onde sua mãe lavava as roupas da elite local. O ponto fica dentro do Parque H.C. Andersen, um dos mais agradáveis da cidade, ao fundo da Igreja de São Canuto, a principal de Odense, antigo local de sepultamento de reis dinamarqueses. Mas é a placa indicando que o escritor foi crismado ali que mais chama a atenção.
O sol estilizado indica os locais com alguma relação com H.C. Andersen em Odense, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
A paisagem é até bucólica, mas guarda um dos tantos lados tristes da história do escritor: para suportar o frio intenso e seguir horas trabalhando ao ar livre e com as mãos molhadas, sua mãe bebia tanto que morreu em decorrência do abuso do álcool. Memórias tristes também vêm do H.C. Andersens Barndomshjem, a casa onde o escritor passou a infância, transformada em museu. O apertado cômodo que ele habitava com seus pais, que servia de quarto e oficina para o pai sapateiro, está preservado, indicando que a vida dos Andersen não era nenhum conto de fadas.
Mas é claro que o solzinho marca mais memórias boas que más. A maioria delas está no H.C. Andersens Hus, o museu dedicado à obra do escritor. A entrada é pela pequena casa onde ele nasceu, em 2 de abril de 1805. Mas logo se chega numa área em anexo, que guarda um impressionante acervo relativo aos famosos contos do autor como "A pequena sereia", "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A roupa nova do rei", "A princesa e a ervilha", "A Polegarzinha", entre tantos outros. São exemplares em diversos idiomas, cartas pessoais, diários, fotos, estátuas, quadros e até a reprodução fiel do apartamento onde que viveu os últimos anos, em Copenhague.
Famílias assistem a encenações de contos de Hans Christian Andersen no centro cultural dedidaco ao escritor, em Odense, na Dinamarca Foto: Eduardo Maia
O complexo tem ainda um teatro infantil, onde quase diariamente seus contos são encenados, em dinamarquês, com rápida explicação em inglês. A sorte é que histórias como "O patinho feio", "O soldadinho de chumbo", "A roupa nova do rei", "A princesa e a ervilha" e "A Polegarzinha" são conhecidas por todo mundo. Antes ou depois do teatrinho, as crianças podem brincar também num centro cultural infantil, o Fyrtojet, onde elas têm a sua disposição cenários, roupas e material de pintura.
Encerrado o tour H.C. Andersen, é hora de explorar as ruas de Odense. A cidade conserva muito bem seu passado, com casarões da forte burguesia local. Para quem gosta de compras, o eixo principal fica nas ruas Vestergade e Klaregade, onde estão também alguns dos principais hotéis, cafés e restaurantes do centro.
Mas é no casario mais simples que reside o charme de Odense. Tanto no entorno do Museu H.C. Andersen quanto perto da Igreja de São Canuto, tem-se a impressão de estar numa cidadezinha parada no tempo. Numa dessas ruas, a Nedergade, há uma loja que efetivamente ainda não chegou ao século XXI. A Kramboden só vende artigos antigos.
A estátua do ser mitológico, meio cavalo meio peixe, é uma das atrações do parque Muke Mose, em Odense, Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
Descendo a rua Filosofgangen, chega-se ao parque Munke Mose. Há um pequeno ancoradouro, onde podem ser alugados botes, caiaques e pedalinhos - em formato de cisne, claro! Mas são os passeios pelo rio a principal atração. Balsas descem o Odense em passeios de até uma hora, quando é possível testemunhar uma outra cidade. Jardins bem cuidados, que são impossíveis de serem vistos das ruas, dão a impressão de que os moradores estão sempre competindo para ver quem consegue impressionar mais os turistas. Mas nada tem tanto impacto, principalmente entre as crianças, que as famílias de cisne que nadam lado a lado com as embarcações. Uma cena especial, sobretudo neste ponto da Dinamarca.
Há vários pontos no local, onde é possível embarcar e desembarcar. Um dos mais populares é o Zoológico de Odense. Algumas espécies podem ser vistas do lado de fora. Outra parada mais à frente deixa o passageiro num bosque, perfeito para caminhadas, jogging e piqueniques.
Mãe e filho tocam canções do século XIX na Fynske Landsby, em Odense, Dinamarca Foto: Eduardo Maia
Esse ponto é o ideal para chegar a uma outra área de interesse. Nada a ver com o charme burguês e urbano do centro histórico. Den Fynske Landsby ("A vila de Funen", em português) é um museu a céu aberto que tenta reproduzir um típico lugarejo da zona rural da ilha de Funen do século XIX. Vinte e seis construções dessa época, entre moinhos, casas e galpões, foram retiradas de diversos pontos da ilha e remontadas ali. Para dar ainda mais realidade ao cenário, voluntários vestem as antigas roupas, encarnam os costumes e ocupam esse espaço, proporcionando uma espécie de viagem no tempo. O visitante caminha pela vila e observa criações de animais, plantações, oficinas, charretes e até apresentações de música e dança. Num dado momento, a guia aponta para uma casa e explica aos visitantes:
- Essa é uma residência típica de uma família miserável do interior da Dinamarca no século XIX.
A plateia, de brasileiros, segura o riso. Explicar à guia a piada óbvia de que para ver miséria na Dinamarca é preciso ir a um museu, poderia demorar um bocado.
Era uma vez um conde e sua casa flutuante
Fora de Odense, Funen reforça seu caráter de zona rural. As (ótimas) estradas que cortam a ilha passam por plantações, criações de ovelha e vilarejos de nomes impronunciáveis. É exatamente esse cenário que o turista encontra na rota entre Odense e a minúscula Kvaerndrup, cuja grande atração é o Castelo de Egeskov.
O Castelo de Egeskov, nos arredores de Odense, na ilha de Funen, um dos mais interessantes da Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
Num continente em que castelos são realmente parte da paisagem, o Egeskov é uma das atrações mais populares do país. E não sem razão. Além de ser considerada uma das construções renascentistas mais bem preservadas da Europa, é também centro de um complexo de entretenimento de fazer inveja a muito parque de diversões. Com a vantagem de ter quase 500 anos de história para contar.
Egeskov, em dinamarquês, significa "floresta de carvalho". O nome vem da lenda de que foi necessário derrubar uma floresta inteira para fazer os pilares de carvalhos que sustentam a estrutura sobre o fosso. Verdade ou não, por trás da engenharia que mantém um castelo desse tamanho quase flutuando sobre o espelho d'água não poderia haver uma história qualquer.
A construção, como é conhecida hoje, data de 1554. Desde então passou pelas mãos de um bom punhado de nobres. Até que o penúltimo dono, Conde Claus Ahlefeldt-Laurvig-Bille, abriu suas portas para o público, nos anos 1980. A atividade turística foi passada ao filho, o também conde Michael Ahlefeldt-Laurvig-Bille. E o caráter excêntrico do novo senhor do castelo vem ajudando a promover sua propriedade.
Mergulhador, ele explorou o fundo do fosso que cerca o castelo e criou um museu só com os utensílios domésticos centenários encontrados submersos. Nobre à moda antiga, mandou fazer uma armadura medieval sob medida, que o visitante vê assim que paga seu bilhete de entrada. E se quiser mais uma lembrancinha, pode também levar fotos do próprio conde trajado como cavaleiro medieval.
Dentro do castelo, a visita percorre salões decorados de forma bastante distinta. O primeiro cômodo, por exemplo, é a Sala da Caça, com as paredes cobertas por cabeças de animais empalhados, chifres e peles. No corredor em anexo, uma coleção de armas de todos os tipos e procedências, de rifle a arco e flecha.
O Salão Amarelo, um dos cômodos mais luxuosos do Castelo de Egeskov, nos arredores de Odense, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
Mas há lugar também para exemplos de sofisticação, como a mobília do Salão Amarelo e o Salão das Louças. Sobra luxo até numa casa de bonecas, a Titania's Palace. Construída entre 1907 e 1922 por um rico irlandês para sua filha, a maquete é uma réplica perfeita de um palácio do início do século passado. A Lego adquiriu o "brinquedo" - que só foi finalizado quando a dona já era uma adulta - nos anos 1970 e há alguns anos emprestou para Egeskov.
Brinquedos de verdade são a atração da exposição que fica no sótão, uma das partes mais interessantes da construção. A coleção pode até não sensibilizar as crianças mais acostumadas com diversão eletrônica, mas agrada em cheio a pais e avós. É ali também que repousa o Homem de Madeira. Segundo a lenda, se a estátua for tirada de seu canto, Egeskov vai a baixo na noite de Natal. Há alguns anos, durante uma reforma do telhado, céticos operários removeram a peça de sua "cama". Dizem que durante dois dias barulhos estranhos estalaram por todo o castelo, até que a figura fosse devolvida a seu lugar.
Do lado de fora há mais para se ver. Os quatro labirintos, feitos com cercas vivas, são verdadeiras marcas registradas de Egeskov. Três deles são abertos ao público, que pode também circular por entre os muitos jardins espalhados pelo terreno em torno do castelo. Os destaques ficam para o Jardim da Cozinha, uma enorme horta, de onde sai o que é consumido pelas centenas de empregados do complexo, e para o roseiral, que tem seu auge entre junho e julho.
Carros e aviões antigos fazem parte do acervo do Castelo de Egeskov, nos arredores de Odense, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
Em outra parte do terreno há um bosque usado para a prática de arvorismo. As pontes suspensas, entre uma árvore e outra, têm 100 metros de extensão a alturas que variam de 10 a 15 metros. E uma opção de diversão menos radical são os museus externos. Há coleções de carroças, carros, motocicletas, caminhões de bombeiro e até aviões antigos. Exagero? É pouco para um conde que mandou fazer uma armadura sob medida.
Não há nada de podre nos castelos do Reino da Dinamarca
Quando o assunto é castelo, a Dinamarca pode não ter a mesma fama que Escócia e França, por exemplo. Mas os slots ("castelos", em dinamarquês) não fazem feio. O mais famoso deles é conhecido em todo o mundo como o "castelo de Hamlet".
O castelo de Rosemborg, em Copenhague, onde estão as joias da Rainha da Dinamarca Foto: Eduardo Maia
Na tragédia de William Shakespeare, a história de Hamlet se passa no castelo de Elsinore, versão anglófona para Helsingor, e fez a fama de Kronborg, uma construção erguida para ser uma fortaleza, em 1420 e que, durante o reinado do rei Cristiano IV, ganhou a roupagem renascentista que identifica os principais castelos dinamarqueses. De tanto que a peça já foi encenada ali, até as paredes já estão cansadas de ouvir que "há algo de podre no reino da Dinamarca".
Kronborg guarda a entrada do Mar Báltico, a poucos quilômetros de Copenhague, no Norte da região de Zealand. Perto dali está o Frederiksborg, considerado o maior castelo do país. Espécie de versão ampliada de Egeskov, foi construído pelo rei Cristiano IV no começo do século XVII. Parcialmente destruído por um incêndio em 1859, teve sua restauração financiada pelo fundador da cervejaria Carlsberg, J.C. Jacobsen.
Mas não é preciso nem sair de Copenhague para ver um castelo. No centro do belo Konges Have está o Rosenborg Slot. Guardado por dois leões de bronze, chama a atenção, mas é no seu interior que está seu principal atrativo: as joias da coroa.
Na antiga Ribe, vikings continuam escrevendo sua história
Se alguém disser que é possível ver vikings com seus capacetes com chifres em Ribe, não acredite. Mas só porque eles nunca usaram esse tipo de adereço. Cidade mais antiga da Dinamarca, Ribe guarda bem vivas as memórias de 1.300 anos de história, de casas medievais a até mesmo uma vila viking.
Fundada por volta do ano 700 como um importante posto comercial no Mar do Norte, Ribe se tornou com o tempo o principal centro dinamarquês da Era Viking. Aqui também foi construída a primeira igreja do país, pouco antes do ano 1000, ao lado da atual catedral. Assim como em Odense, o centro histórico medieval convida a um passeio descompromissado, sem roteiro definido por entre suas ruas irregulares e casinhas coloridas ou de tijolos aparentes. Muitas delas exibem as marcas da história. Como a casa cuja porta indica a data 1582, o que significa que foi reconstruída após o grande incêndio de dois anos antes. Ou a de número 19 da Skibbroen, a rua que acompanha o Rio Ribe, que ostenta uma régua de madeira ao lado da porta mostrando a altura a que chegou o nível do rio em algumas inundações memoráveis. A de 1634 chegou a dois metros.
Entre as atrações de Ribe está seu Museu Viking, com barcos, armas, ferramentas e outros utensílios, além de reproduções de cenas do cotidiano deste povo, sempre ligado à imagem de bárbaros ao longo dos séculos, mas que também se destacou na navegação e no comércio. Os elmos com chifre apareceram apenas no século XIX, a partir das óperas de Richard Wagner. Mas até hoje são vendidos como água para os turistas.
Em pleno século XXI, 'vikings' do Vikingcenter em Ribe, a cidade mais antiga da Dinamarca, preparam uma refeição como se fazia há mil anos / Foto: Eduardo Maia
Mas para quem quer a história um pouco mais, digamos, viva, o melhor é seguir para o Ribe Vikingcenter, o centro viking instalado a poucos minutos do centro da cidade, em plena zona rural. Trata-se de um enorme espaço, quase todo a céu aberto, onde a intenção é reproduzir o cotidiano da antiga Ribe.
Logo na entrada, vikings e cristãos se preparam para um duelo, num descampado. Há xingamentos e provocações de lado a lado e, como num filme hollywoodiano, de repente os dois exércitos se chocam. Câmeras digitais dos frequentadores captam tudo, claro.
- Cada dia há um ganhador diferente. Aqui a história pode ser reescrita - diz o diretor do centro, Bjarne Clement, para quem as batalhas são apenas uma de tantas tentativas de preservar a história dessa parte da Europa. - No ano que vem vamos fazer um festival de comida nórdica antiga. Achamos importante que as pessoas conheçam um pouco do nosso passado.
No Centro Viking de Ribe, a cidade mais antiga da Dinamarca, há demonstrações de falcoaria / Foto: Eduardo Maia
Nem que para isso seja preciso andar descalço, se vestir como há mil anos e dormir em barracas sem aquecedor. Assim vivem dezenas de artistas ou curiosos, funcionários do centro ou voluntários, durante os meses de menos frio. Alguns se dedicam a trabalhos artesanais, outros atuam como ferreiros, carpinteiros, cozinheiros, sempre com a tecnologia da era viking. Muitos deles vendem o que produzem aos turistas. Mas outros estão ali só para aprender ou passar o verão de uma forma diferente.
As crianças se divertem mais na área onde instrutores ensinam a atirar com arco e flecha e adestradores fazem demonstrações de falcoaria. Também há montaria em cavalos islandeses, uma raça que só existe naquele país e que, acredita-se, é a mais semelhante com os animais que os escandinavos usavam há um milênio. Dentro de uma casa maior, espécie de centro da aldeia, pinturas explicam a mitologia nórdica e uma mulher toca flauta e declama uma poesia que nem os dinamarqueses parecem compreender. No fim da visita, um grupo de guerreiros vikings cruza com Clement e um deles anuncia, sorrindo:
- Ganhamos hoje!
Quando crianças se tornam gigantes
Ir a Jutland e não visitar a Legoland é como estar em Orlando e não passar para dar good morning a Mickey Mouse. O parque temático da Lego, a fábrica do brinquedo que nasceu na Dinamarca, foi inaugurado em 1968, dando início a uma franquia que se espalhou pelo mundo. Da América do Norte à Ásia, o modelo que começou na cidade de Billund se provou um sucesso.
Na entrada da Legoland, em Billund, Dinamarca, palhaços são feitos de blocos de plástico / Foto: Eduardo Maia
Aqueles que já montaram casas, carros e naves espaciais com os coloridos blocos plásticos, ou os que já acompanharam filhos ou sobrinhos nessa brincadeira, não vão passar impunes ao parque, ainda que o público-alvo sejam crianças de até 12 anos. Neste caso, o clichê se confirma: é diversão para toda a família. Principalmente na Miniland, a área onde estão réplicas de monumentos e prédios dos quatro cantos, como a Estátua da Liberdade, a Acrópole e o Capitólio. Há até versões compactas de Copenhague e Amsterdã. Para fazer tudo isso, foram usadas 20 milhões de peças.
Em toda a área do parque, de 140 mil metros quadrados, 59 milhões de blocos coloridos foram empregados. No minissafári, leões, girafas e outros animais são feitos de blocos plásticos. Assim como as múmias do Templo Egípcio, os vikings do River Splash, e os papagaios do Pirate Land, para falar de alguns dos brinquedos mais agitados. O dos piratas, por exemplo, envolve barquinhos equipados com canhões de água que disparam jatos para todos os lados. Sobra até para os que estão em terra firme. Para quem quer menos adrenalina, o trenzinho é a solução.
A réplica do Capitólio de Washington DC, uma das que estão na Miniland, na Legoland, na Dinamarca / Foto: Eduardo Maia
A temporada de 2011, que termina em 31 de outubro (o parque fecha entre novembro e final de março) marcou a estreia da atração Guerra nas Estrelas. Robôs, naves e alguns dos personagens da série de George Lucas estão representados no brinquedo, que serve também para alavancar a venda dos novos modelos, disponíveis em diversos postos espalhados pelo parque e na loja oficial, a maior da marca do mundo. Mas há coisas que o dinheiro não compra. Como ver o susto de uma senhora com o boneco que ronca num banco ou as crianças fazendo fila para serem fotografadas ao lado da estátua, feita de blocos de plásticos, dele (quem mais?): Hans Christian Andersen.
SERVIÇO
COMO CHEGAR
De trem: A malha ferroviária dinamarquesa é bastante abrangente. Passagens e itinerários no site www.dsb.dk .
De carro: As estradas são boas e bem sinalizadas. A diária de um carro popular na Europcar sai a partir de R$ 307. Na Hertz, R$ 316.
ONDE FICAR
First Hotel Grand: Diárias a partir de R$ 307. Jernbanegade 18, Odense. Tel. (45) 6611 7171. firsthotels.com
Ribe Byferie: Diárias a partir de R$ 263. Damvej 34, Ribe. Tel. (45) 7988 7988. ribe-byferie.dk
PASSEIOS
Museu H.C.Andersen: Fechado às segundas-feiras. Ingresso a R$ 18 (menores de 18 não pagam). museum.odense.dk
Passeio de barco: Diariamente, de abril a setembro. Tíquetes a R$ 12 (crianças) e R$ 24, ida e volta. aafart.dk
Vila de Funen: Fechado às segundas-feiras. Ingresso a R$ 18 (menores de 18 não pagam). museum.odense.dk
Castelo de Egeskov: Diariamente, de abril a outubro. Entrada: R$ 47 (menores de 12 anos pagam meia). egeskov.dk
Vikingcenter: Aberto de segunda a sexta-feira, de maio a outubro. Ingresso a R$ 28 (crianças até 13 anos pagam meia). ribevikingecenter.dk
Legoland: Diariamente, de abril a outubro. Ingressos a R$ 77 (crianças de até 12 anos) e R$ 86. Passaportes para família custam R$ 314. legoland.dk
Eduardo Maia viajou a convite do Visit Denmark.

Eduardo Maia (oglobo.com.br)

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